Conhecer a Turquia, Pensar sobre uma nova gravidez da UE...São várias as questões que suscita a análise de uma possível adesão da Turquia à UE.
A localizaçãoSem dúvida que este ponto se apresenta como um dos que me parecem mais favoráveis ao "sim" da entrada da Turquia. Isto porque, estrategicamente, as fronteiras da União chegariam a um nova vizinhança asiática que, na minha forma de ver, traria muitas vantagens (comerciais mas não só...).
A situação geográficaUm dos argumentos da não aceitação da adesão da Turquia à UE é o de que este país possui, somente, 5% do seu território no continente europeu.
Apesar de parecer um importante argumento creio que, na prática, tal se apresenta como uma falsa questão por se tratar de um facto mais psicológico do que de outra coisa...
A religiãoApesar da base laica do Estado turco, 99% da sua população é Muçulmana.
Eu aqui, onde muitos vêem uma fonte de problemas, até julgo que poderia estar uma boa oportunidade para a UE ajudar a vencer as diferenças de índole religiosa que apoquentam o Mundo actual e, assim, através de um importante sinal, contribuir para a resolução de uma questão que (impensável em pleno séc. XXI...) se apresenta como crucial para o equilíbrio da relação entre os vários povos.
O Estado de DireitoÉ sem dúvida um grande "calcanhar de Aquiles" e a União é, obviamente, sempre muito rígida neste aspecto...
Apesar das reformas da Justiça levadas a cabo no Estado Turco, principalmente ao nível dos Direitos Humanos (abolição da pena de morte, direito dos curdos, etc.), as imensas leis produzidas têm, na prática, ainda uma aplicação diminuta.
A populaçãoAproximadamente com 71 milhões de habitantes actualmente, a população da Turquia apresenta uma dinâmica de crescimento que se estima que, em 10-15 anos, faça com que o país se torne maior que a Alemanha e, assim, o maior da Europa.
O que ganha a Turquia com isso em caso de pertencer à UE? Maior peso do seu voto para as decisões comunitárias...
Apesar de, na sua essência de Mercado, ser desejável para a União o "máximo" de consumidores, tal peso da Turquia, em termos políticos, puderia ser catastrófico (inquinador) na tomada das decisões e, consequentemente, na condução da Europa.
A economia
Embora a brutal diminuição da inflação (de 90%, há dez anos, para os 9% actuais) e o crescimento acelarado (10%/ano, em média), um volume estimado de 50% do PIB crê-se ser gerado pela economia paralela.
Adicionalmente, o fosso existente entre regiões ricas e pobres é cada vez maior.
Esta evidência, conjugada com a adesão do país à Europa, constituir-se-ia como o despoltar de um verdadeiro "ninho de ratos" em direcção aos vários países da União. Isto seria, previsivelmente, grave para a coesão social em países tão desgastados na sua veia acolhedora!
Em suma, apesar de algumas vantagens da adesão turca, é minha grande convicção que, após ponderar prós e contras, os factores negativos são dominantes.
Se, a tudo isto, juntarmos o facto da integração da Turquia contribuir para o quase esfumar do "objectivo Europa Federal", sendo eu um pró-federalista, à adesão da Turquia eu digo "NÃO"!
A favor do "Sim" serei, certamente, ao estabelecer de uma Zona de Comércio Livre com este país...
Aos turcos: Irmãos NÃO! Primos chega bem... para já!