segunda-feira, julho 24, 2006

Patriotismo- O caso da Opel

Enviado por Raquel Mesquita

Lembro com alguma nostalgia o dia em que os portugueses saíram à rua vestidos de branco, chamando a atenção do mundo para a situação em Timor-Leste. Confesso a minha insensibilidade em relação à causa timorense (que os últimos acontecimentos parecem, uma vez mais, justificar). O que me tocou foi a capacidade - que até aí desconhecia - do povo português se mobilizar em redor de uma causa, de lutar por algo, de pugnar pelo que o imaginário colectivo via como "o bem", no caso ameaçado por um mal com sotaque indonésio.

Anos depois, Luís Felipe Scolari usou essa característica dos portugueses para gerar uma onda de apoio à selecção nacional de futebol. Os portugueses ficaram felizes, porque ganharam uma nova causa. E até confundiram o apoio à selecção com patriotismo - género "quem não põe bandeira na janela, não é português". Apoiar 11 homens atrás de uma bola em nome de Portugal até pode ser patriotismo. Mas o patriotismo não se esgota por aí - e por ser utilizado para causas muito mais produtivas do que rir ou chorar, de acordo com o que mostra o marcador ao fim de 90 minutos.

O patriotismo pode, por exemplo, ser usado para pagar na mesma moeda às multinacionais que viram costas ao país. Não querem ficar cá? Então nós também não queremos os produtos que vocês vão fabricar noutro país qualquer.

Paulo Camacho

quarta-feira, julho 19, 2006

À SEMELHANÇA DAS MATERNIDADES, O GOVERNO PREPARA-SE PARA ENCERRAR AS MORGUES

Enviado por Eduardo Fernandes

Encerramento de morgues obrigam portugueses a ir morrer a Badajoz "Vão morrer Longe" é o nome de uma nova medida anunciada pelo Governo.
Depois do encerramento das maternidades, o Ministério da Saúde prepara-se para mandar fechar as morgues onde não entre um mínimo de 1500 mortos por ano. É o caso da morgue do Hospital de Santo Tirso onde, de acordo com o ministro Correia de Campos, "o número de mortos é ridículo!".
A população está naturalmente preocupada e as reacções não se fizeram esperar. "É uma vergonha!", confidenciou ao IP Américo Jacinto, de 82 anos, "tenho de ir morrer a mais de 60 quilómetros daqui! Agora diga-me se isto dá jeito a alguém". Concentrados esta manhã à porta da morgue, os populares garantiram que vão fazer tudo para aumentar o número de mortes na cidade. "Nem que tenha de me matar! A mim e à minha família toda! Ouviram?! Eu mato-me já aqui!", ameaçou uma senhora, antes de se regar com gasolina.

quinta-feira, julho 06, 2006